06
ago
2017
De um Tudo #Teatro Baiano
Peça teatral De um Tudo – Direção
Fernando Guerreiro
“Estão
no elenco do espetáculo os atores Alexandre Moreira, Denise Correia, Diogo
Lopes Filho e José Carlos Júnior. As surpresas são Ana Mametto e Gerônimo, que,
além de cantarem, participam do espetáculo como atores. O texto, livremente
inspirado na coloquialidade no Dicionário de Baianês, de Nivaldo Lariú, é de
Alan Miranda e Daniel Arcades. Arcades venceu o Prêmio Braskem de Teatro deste
ano como melhor autor, por 'Rebola'.
Guerreiro
diz que a peça resgata o universo das festas de largo da Bahia, a começar pelo
cenário, que é uma barraca onde as pessoas se encontram para bater papo.
“Quando pensei nesta montagem, sempre pensei num musical que tivesse também uma
‘conversa de baianos’. Aí, veio a ideia do bar, que é muito mais uma barraca. É
um resgate daquelas barracas das festas de largo, que foram eliminadas e
viraram essas coisas de plástico horrorosas. As barracas antigas tinham umas
pinturas naifs. As pessoas sentavam ali e jogavam conversa fora”, lembra o
diretor.”
Assim como eu tenho escritoras que pego o
livro sem nem ler a sinopse, Fernando Guerreiro é do tipo de diretor que vou
assistir a peça sem nem saber do que se trata. Basta eu saber que é dele que me
jogo e jogo a família junto, pois minhas filhas de 14 e 16 anos amam a peça “A
Bofetada.”
Fui para De um Tudo, sem nem ver o cartaz
de propaganda, as meninas me perguntavam sobre o que era a peça e eu dizia que
não sabia só que devia ser boa.
E não me enganei !
Não sou crítica teatral nem entendida no
assunto mas posso afirmar que como espectadora esta peça foi para mim a melhor
peça de Fernando Guerreiro até agora. Ele sempre com sua veia humorística
retrata toda a baianidade ,todo o jeito e musicalidade da nossa terra ,tudo
recheado com muita ironia e deboche.
A peça é um musical que se passa no bar
Canto da Nadu, uma verdadeira matrona que cuida de todos que frequentam seu bar
quase como uma psicóloga, sempre atenta e cuidadosa. Fica claro a escolha do nome
do bar ,afinal os atores cantam todos os ritmos da Bahia mostrando a história
de cada um deles e sua relação com Nadu. Destaque especial aqui para Quênia ,mulher
forte e decidida ,retrato da religiosidade baiana com toda sua mistura e sincretismo.
Uma pausa aqui.... Diga -se de passagem
.... e como cantam....Não só cantam perfeitamente como encantam com suas
atuações e vozes. Alegria para mim mostrar às minhas filhas quem é o cantor e
compositor baiano Gêronimo ,pois (não me matem) mas aqui em casa não curtimos
Carnaval então no máximo elas conheciam a música mais famosa dele é D’Oxum
porque estudaram na escola.
Falando em religião, o que mais gostei
desta vez foi o fato do texto usando um baianês típico “tirar sarro das
religiões” mais fortes na Bahia, pois nas peças anteriores as religiões cristãs
eram um alvo forte de perturbação e risadas.
A peça foi tão gostosa que quando acabou eu
olhei para o relógio e tomei um susto com o tempo passado pois me vi tão
envolvida que nem senti a hora passar tão rápido.
Interessante também ouvir da filha mais
velha que entendeu todas as analogias, referências e intertextualidades da peça,
que se sentiu em casa, o que muitas vezes não aconteceu nas últimas peças que
assistimos pois usavam referências mais políticas ou antigas e ela tinha que me
perguntar o que era e significava.
Não preciso dizer que super indico seja
você baiano ou não ,seja você turista, seja você apaixonado pela cultural
local, seja você só alguém que quer rir e esquecer um pouco de nossa crise
política e econômica profunda e atual.
A peça está em cartaz neste mês de agosto às quintas e sextas no Teatro Módulo.
A peça está em cartaz neste mês de agosto às quintas e sextas no Teatro Módulo.
5/5 estrelas para essa Ode de amor à Terrinha....
Beijos,Myl
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