Debaixo do Vulcão #Resenhista convidada
Descrição do produto
Um dos mais importantes clássicos do século XX chega agora ao Brasil em nova tradução. Debaixo do vulcão é um romance imprescindível sobre a luta de um homem contra as forças que ameaçam destrui-lo. Malcolm Lowry, gênio conturbado e inconstante, autor de apenas dois romances em vida, é comparado a escritores como Melville, Conrad e James Joyce.
* Escolhido entre os 100 melhores livros do século XX pelo Le Monde e pela Modern Library
* Considerado um dos 100 melhores romances ingleses pelo The Guardian
* Livro que deu origem ao filme "À sombra do vulcão", de John Huston
"Malcolm Lowry dá um poderoso sentido histórico ao romance, ao mesmo tempo que sonda a subjetividade de um dos personagens mais complexos e fascinantes da ficção do século XX." ― Milton Hatoum
Geoffrey Firmin, ex-cônsul britânico, vive na cidade de Quauhnahuac, no México. Seu mal-estar debilitante é a bebida, uma atividade que tomou conta de todos os aspectos de seu cotidiano.
No Dia dos Mortos de 1938, sua esposa, Yvonne, chega à cidade para tentar reatar o casamento, imaginando uma vida a dois longe do México e das circunstâncias que levaram seu relacionamento à beira do colapso. Contudo, sua missão se torna ainda mais difícil pela presença de Hugh, meio-irmão do cônsul, e de Jacques, um amigo de infância.
Enquanto Firmin se afoga em mescal, os demais personagens assistem, impotentes, sua trágica figura. Conforme o dia passa, fica claro que Geoffrey deve tomar uma atitude drástica.
Sobre o Autor
MALCOLM LOWRY nasceu em 1909, em New Brighton, Inglaterra. Apesar de ter nascido e falecido em solo britânico, passou a vida em diversas cidades e países, entre eles Estados Unidos, México e Canadá. Considerado um dos escritores mais importantes do século XX, ele frequentemente tratava de temas como exílio e solidão em seus escritos. Seu estilo de vida apaixonado e errático inspirou diversos autores.
Resenha Jaci Clemente
Que livro SENSACIONAL! Malcolm Lowry é um autor SENSACIONAL! Difícil, poético, prolixo, denso, complicado, mais uma vez difícil, ABSOLUTAMENTE SENSACIONAL!
“Debaixo do Vulcão” foi uma leitura que ofereceu alguma
dificuldade nas primeiras dezenas de páginas, ele me fez recorrer a toda
disciplina de leitora acumulada nos últimos 30 anos, mas, quando menos esperei
o livro me tomou por inteiro em um frenesi maluco, não conseguia mais soltar o kindle
de jeito nenhum e, agora, enquanto escrevo, percebo: essa foi uma das melhores
leituras de 2021, talvez até dos últimos anos.
É um livro com pouquíssimos personagens, apenas quatro: o Cônsul
britânico Geoffrey Firmin, seu meio irmão Hugh, seu amigo de infância M. Jacques
Laruelle e sua esposa Ivonne. Toda ação acontece na cidade mexicana fictícia de
Quauhnahuac que é sombreada por dois vulcões, o Popocatepeth e o Iztaccihiath
no Dia dos Mortos de 1938.
O livro começa com Jacques Laruelle rememorando no Dia dos Mortos
de 1939 os acontecimentos de 1938 e fazendo um tipo de prologo da história que
começa realmente no capitulo dois e segue intoxicante, pois os tormentos
individuais do Cônsul, um homem inglês perdido no interior do México, se
misturam aos tormentos da civilização ocidental no inicio do século XX.
Esse é um romance sobre a queda de um
homem que coloca em evidencia a queda dos ideias da Modernidade Ocidental.
Como professora de história me senti impactada por esse
mergulho tão realista no inicio do século XX. Como pessoa me apaixonei
desesperadamente pelo Cônsul, seu irmão e sua esposa, um trio bastante
desamparado, a deriva em um mundo arruinado, vendo seus sonhos pegarem fogo. A
lucidez tem um alto preço e as pessoas lucidas tem muita dificuldade em se
equilibrar no mundo, as vezes não conseguem, o Cônsul por exemplo se afoga em álcool.
Conheço bem o alcoolismo, melhor do que recomendo a qualquer
pessoa, mas foi impossível não simpatizar com o Cônsul, até agora estou
apaixonada por ele, desesperada e intoxicada. Um personagem incrível, de um
livro incrível sobre o qual ainda estou pensando e amando. Um livro que não se
esgota em uma primeira leitura, um clássico por definição e direito.