Anna e o Balão #Resenha
Anna esperava por aquele dia com ansiedade. Guardava as moedas que ganhava da mãe para tomar sorvete e comprar doces. Depois de alguns meses, quando juntou o suficiente, acordou cedo no dia seguinte, colocou três maçãs na mochila e saiu de casa. A razão? Um passeio de balão pelos céus de São Paulo. Mas esse não seria um passeio qualquer. Anna queria chegar perto das nuvens. Queria reencontrar o pai.
Anna e o Balão reúne o texto de Ferréz (autor de Capão Pecado) com a arte de Fernando Vilela (Lampião & Lancelote) — autores premiados e com olhar crítico em todas as manifestações artísticas — para contar uma bela história de luto e saudade, mas também de companheirismo, aprendizado e amor. Como afirma a protagonista, o pai a ensinou “a compreender e a se colocar no lugar do outro”, algo cada vez mais necessário e urgente nos dias de hoje.
Durante o passeio com o sr. Jacob, dono e condutor do balão, Anna rememora e homenageia o pai, narrando os bons momentos que passaram juntos, lembrando do que ele lhe ensinou, tentando abrandar a dor que sente. Através da palavra, da arte e da lembrança, Anna nos mostra que é possível, sim, apesar de toda a dor que se tenha, seguir em frente. “Estou com esse balão há mais de dez anos e nunca deixei de me maravilhar com ele. Vamos entrar ali?”, convida o sr. Jacob, para quem a capacidade de se maravilhar é fundamental para nunca nos esquecermos da força e do poder que o amor tem.
Resenha
" - Mas você sozinha?
- Sozinha não, vou com o senhor - respondeu Anna."
Assim que vi esse livro na Darkside, apaixonei e coloquei na lista. Numa promo da Balck Friday, aproveitei e comprei alem de colocar ele no meu desafio de ler 50 livros até os 50 anos.
Agora peguei pra ler e nem sei como descrever tudo o que senti durante a leitura. Uma história de cura, de amor, de ver o lado bom, de procurar as boas lembranças. Coisas que tenho certeza muitos de nós está precisando na atual situação e luta contra inimigos invisíveis e também porque não dizer visíveis.
O livro conta a história de Anna que ainda triste desejar ver o pai falecido pois a mãe disse a ela que ele estava no céu. E que melhor forma de tentar este feito do que subindo num balão? Estar tão perto das nuvens, do vasto céu e de quem ela ama tanto. Para isso ela junta seu dinheirinho e fecha um passeio no balão de sr. Jacob.
Intrigado com a pequena Anna, Jacob começa a questionar como era seu pai e os momentos que viveu com ele. Aos poucos, Anna vai percebendo o contato intangível com o pai através das doces memórias resgatadas por sr. Jacob e sente seu coração consolado.
Através de apenas quatro cores (branco, preto, laranja e roxo), o designer Fernando Villela nos transporta para esta história mágica repleta de simbolismos e referências de forma doce e singela. Chegando a um final sublime e especial onde percebi que o toque do número 40 remete a alguns importantes momentos bíblicos e me toquei inclusive da importância da escolha do nome Jacob para ser aquele que leva Anna nesta viagem.
O que mais amo num livro infantil é o poder de criar novas histórias com as ilustrações e este facilita muitas variações permitindo aos adultos transportar os pequenos em novas jornadas junto com Anna e seu balão ou algum outro personagem inventado.
5/5 estrelas