Cartas para minha Avó #Resenhista convidada
Descrição do produto
Um relato memorialístico pungente e sensível sobre ancestralidade, feminismo e antirracismo na criação de filhos.
No mais pessoal e delicado de seus livros, a filósofa Djamila Ribeiro revisita sua infância e adolescência para discutir temas como ancestralidade negra e os desafios de criar filhos numa sociedade racista. O relato se dá na forma de cartas a sua saudosa avó Antônia — carinhosa e amorosa, conhecedora de ervas curativas e benzedeira muito requisitada.
A cumplicidade que sempre houve entre avó e neta é o que permite que a autora rememore episódios difíceis, como a perda do pai e da mãe, as agressões que sofreu como mulher negra no Brasil e os desafios para integrar a vida acadêmica. Djamila também fala de relacionamentos amorosos e experiências profissionais, das músicas, das leituras e das amizades que a acompanharam em sua construção pessoal — e da percepção paulatina de que a memória das lutas e das conquistas das pessoas negras que vieram antes de nós é a força que nos permite seguir adiante.
Sobre o Autor
DJAMILA RIBEIRO nasceu em Santos, em 1980. É professora da PUC-SP, colunista do jornal Folha de S.Paulo e coordena a coleção Feminismos Plurais, da editora Pólen. É autora de O que é lugar de fala (2017), Quem tem medo do feminismo negro? (2018) e Pequeno manual antirracista (2019), que já venderam mais de 500 mil exemplares.
Resenha Sandra Martins
Todes nós vemos diários bem mais comumente do que um livro com cartas. Esse ano, Djamila Ribeiro lançou o tocante e excelente “cartas para minha avó”, um relato emocionante sobre a grande matriarca de sua família. A mulher que foi o alicerce e a inspiração.
É com esse livro que Djamila presta uma homenagem belíssima à sua avó, Dona Antônia. E através das cartas, Djamila conta um pouco de sua história e da história de sua avó.
Nas suas cartas, a autora dialoga com a mulher Antônia, não somente com a pessoa que é a sua avó. Ela busca entender o contexto em que a avó vivia, a luta pela preservação dos costumes do ancestrais, seu posicionamento com visões feministas (resguardada a época) e a peleja contra o racismo.
Mas cartas também descobrimos a mulher Djamila. A que é a filha modelo, inteligente, posicionada, assertiva, amorosa. A mulher que decidiu fazer uma faculdade numa cidade diferente pra recomeçar a vida acadêmica. A mulher que se tornou referência na causa antirracista e uma grande filósofa.
Essa foi minha segunda e mais uma vez, excelente leitura das palavras de Djamila Ribeiro. Seus livros são ensinamentos e recomendo demais!
5/5 estrelas