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  • 05
    out
    2021

    A Dama de Branco #Resenhista convidada

     


    Este livro marca a despedida de uma referência incontornável para gerações de escritores e leitores.

    No Rio de Janeiro do início da quarentena, o narrador passou a observar uma vizinha que saía de madrugada para dar uma volta no estacionamento a céu aberto. Embora ela não soubesse que estava sendo acompanhada, uma estranha cumplicidade se estabeleceu entre os dois, e sua presença simbolizava a promessa de um encontro arrebatador, ao mesmo tempo em que representava a morte pairando ao redor.
    Assombroso e revelador, “A dama de branco” foi o último texto publicado por Sérgio Sant’Anna, que faleceu em 2020, durante a brutal pandemia de coronavírus. Além da narrativa que dá título ao livro, o volume é composto por outros dezesseis contos ― que tratam da solidão, da memória, do desejo e da própria escrita ― e uma novela, que estava em vias de ser terminada.
    A dama de branco atesta que a prosa de um dos principais escritores brasileiros contemporâneos se manteve vigorosa e afiada até os últimos dias.

    Organização e apresentação de Gustavo Pacheco.

    Sobre o Autor

    SÉRGIO SANT’ANNA nasceu no Rio de Janeiro, em 1941. Iniciou sua carreira como escritor em 1969, e em vida publicou mais de vinte livros ― entre eles, os premiados O concerto de João Gilberto no Rio de Janeiro, Amazona, O voo da madrugada e Anjo noturno. Sua obra foi traduzida para o alemão, italiano, francês, tcheco, espanhol e hebraico, além de adaptada para o cinema e teatro. Morreu em 2020.


    Resenha Sandra Martins 

    Não foi à toa que Sérgio Sant’anna é considerado o mestre dos contos. A COVID-19 pode o ter levado, fazendo com que ele se tornasse uma vítima desse despreparo do governo facista como ele mesmo chamava, mas sua acidez, sarcasmo, autenticidade e texto afiado ficaram para a eternidade. E para nosso deguste literário. 


    A Dama de Branco é um livro póstumo composto por dezessete contos que foram organizados por Gustavo Pacheco. 


    Os contos são de uma maestria enorme e acabam prendendo a gente de uma forma que não se consegue largar. Eu aqui passei uma parte do dia e outra da noite agarrada com ele sem conseguir largar. Ele consegue falar sobre coisas cotidianas e o humano sem cair no clichê ou lugar comum. Até mesmo quando relata comportamentos desagradáveis dos homens cis para com suas esposas, ele o faz de forma que o próprio personagem pense no que fez. E mais louco e que poucas pessoas aceitam: o ser humano é guiado pelo instinto. 


    Noites, a moça de óculos e o conto título são arrebatadores. Aliás, o livro todo é. E nessa mistura, ele fala sobre machismo, a morte em vários aspectos (relacionamento, sexo, a morte natural), a vida em si, os encontros casuais e a liberdade sexual da mulher. 


    Essa foi minha primeira experiência com as palavras de Sérgio e me vi presa ao seu estilo cru de contar contos. Realmente uma leitura pra lá de frutífera e e verdadeira. 

    5/5 estrelas


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