Garota, 11 #Resenhista convidada
Uma apresentadora de podcast obcecada por um crime não resolvido. Um serial-killer que volta a matar garotas, vinte anos depois de ter desaparecido. A caçada começa agora.
Elle Castillo é a apresentadora de um podcast popular sobre crimes reais. Depois de quatro temporadas de sucesso, ela decide encarar um caso pelo qual sempre foi obcecada ― o do Assassino da Contagem Regressiva, um serial-killer que aterrorizou a comunidade vinte anos atrás. Suas vítimas eram sempre meninas, cada qual um ano mais jovem que a anterior. Depois que ele levou sua última vítima, os assassinatos pararam abruptamente. Ninguém nunca soube o motivo.
Enquanto a mídia e a polícia concluíram há muito tempo que o assassino havia se suicidado, Elle nunca acreditou que ele estava morto. Ao seguir uma pista inesperada, no entanto, novas vítimas começam a aparecer. Agora, tudo indica que ele está de volta, e Elle está decidida a parar sua contagem regressiva.
“Além de impossível de largar, Garota, 11 é uma análise inteligente dos dilemas éticos envolvidos na narração de histórias de crimes reais, especialmente em podcasts.” ― The New York Times
“A narrativa cheia de nuances de Clarke é viciante.”― Publishers Weekly
Sobre o Autor
AMY SUITER CLARKE é escritora, especialista em comunicação e entusiasta de podcasts. Nasceu em Minnesota e fez mestrado em Londres, na Kingston University. Já publicou contos e artigos, e atualmente trabalha para uma biblioteca universitária em Melbourne, na Austrália. Garota, 11 é seu romance de estreia.
Resenha Ana Luiza Poche
Romance de estreia de Amy Suiter Clarke, Garota, 11 conseguiu entregar a combinação perfeita de coisas que gosto: podcast e thriller. Publicado pela editora Suma e com tradução de Helen Pandolfi, este livro consegue prender do início ao fim. Além de fornecer um entretenimento satisfatório, a narrativa questiona os limites éticos de narrativas de true crimes que estão tão em alta.
Se você, assim como eu, gosta do gênero thriller, vai gostar de ler a história da podcaster Elle Castillo. Com um enredo ágil e uma narrativa instigante, que ora é narrado em terceira pessoa e ora é a transcrição de episódios do podcast Justiça Tardia, Garota,11 vai te envolver num clima de tensão enquanto investigamos, junto com a protagonista, os crimes do Assassino da Contagem Regressiva.
Diferente de outras narrativas que vão nos apresentando pouco a pouco ao criminoso com falas mais expositivas, a escolha da autora por fazer esta introdução usando episódios transcritos tornou mais envolvente. Tem descrições até mesmo de sons e pausas para aumentar a tensão. Apesar da linguagem mais formal e impessoal, as cenas transcritas dos episódios ainda podem deixar qualquer leitor com nó no estômago.
Além desta proposta diferente de apresentar a história, há outros pontos que foram muito bacanas e tornaram minha experiência mais especial. Garota, 11 apresenta críticas muito pontuais e pertinentes sobre a produção e o consumo de narrativas criminais, o impacto que o foco tanto nas vítimas quanto nos criminosos pode causar e a realidade de quem trabalha com isso na internet. Elle tem sua vida invadida por anônimos, sofre desde assédios até hate. E tem que lidar com tudo isso enquanto busca por justiça.
O único ponto negativo desta leitura é em relação a alguns desdobramentos do enredo. Mesmo com pontos bastante originais e até a escolha de apresentar personagens utilizando o podcast, alguns caminhos da narrativa, para fãs do gênero, podem ser previsíveis e pouco emocionantes. Porém, para alguém que busca algo “mais leve” dentro da temática, Garota, 11 pode ser uma leitura confortável e satisfatória.
3,5/5 estrelas
Livro: Garota, 11
Quem escreveu: Amy Suiter Clarke
Editora: Suma
Ano: 2021